quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Estágio ou Emprego Disfarçado?

http://www.empregabilidade.net/page.php?49

Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro*
Registre o interesse do aluno de um curso regular, encontre uma organização interessada em contratar alguém, formalize os contatos, e está consumada a contratação de mais um estagiário.

O jovem, sem qualquer preparo prévio, sem acompanhamento por parte da instituição de ensino, sem ter quem o apóie formal e efetivamente na organização, passa a executar trabalhos que lhe são indicados e que, na maior parte das vezes, são burocráticos, repetitivos, e nada tem a ver com a formação educacional que está recebendo.

Isso é Estágio? Não! Isso é emprego disfarçado.

Não se discute o quanto é importante para alguém que precisa estudar ter uma atividade remunerada. Não se questiona o quanto é relevante para as organizações poderem contratar alguém que está se iniciando no trabalho, com custos menores e sem o elenco de compromissos decorrentes de um emprego formalizado. Isso não está em discussão, o que se questiona é a deturpação do conceito de Estágio.

Estágio é complementação educacional, é integração empresa/escola, mas integração efetiva, e não simplesmente formal e burocrática. É preciso que a Escola vá à organização, que saiba onde e como será a atividade do estudante, e é preciso que a Organização vá à escola e participe do processo educativo. Isso é Integração Organização-Escola. Estágio é o nome que se dá para a inserção do estudante na organização, mas não é, por si só, um processo de Integração.

Felizmente esse conceito foi adotado pela nova Lei de Estágio que está sendo implantada. No primeiro momento milhares de “estágios” terão de ser assumidos como emprego formal, ou adequados à nova legislação. Não há terceira alternativa. Felizmente todas as portas foram bem fechadas e teremos um verdadeiro sistema de Estágios.

Estágio passa a ser um acordo tripartite, envolvendo Educando, Instituição de Ensino e Concedente, ficando reservado um papel importantíssimo para os Agentes de Integração, que, não somente darão eficácia para o processo de aproximação do Educando com a Concedente, como deverão contribuir no sentido das Instituições de Ensino prepararem adequadamente os estudantes para o exercício do trabalho, aproveitando a experiência acumulada em tantos anos de atividade dos Agentes de Integração nesse setor.

* Professor de Administração, consultor, escritor e empresário.
www.empregabilidade.net.