quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Escola da vida

Um velho professor de engenharia decide certo dia pedir a ex-alunos sugestões para melhorar o currículo do curso. O primeiro, um jovem com cinco anos de carreira, dá a seguinte opinião: “Mestre, o mais importante é a escola ensinar o aluno a calcular, desenhar, executar obras, comprar material”. No dia seguinte, outro ex-aluno, formado 15 anos antes, responde ao professor: “Mestre, o que o engenheiro mais precisa saber não é calcular, desenhar, executar obras, comprar material, e sim resolver problemas práticos de química, física, matemática, computação.” Já o visitante seguinte, ex-aluno formado 25 anos atrás, tem outra visão: “Mestre, o mais importante não é aprender a calcular, desenhar, executar obras, comprar material. Nem aprender química, física, matemática, computação. O que a escola mais deveria ensinar é finanças, economia, planejamento.” Passado mais um dia, quem vai visitar o professor é outro ex-aluno, com 35 anos de diploma. “Mestre, diz ele, “o mais importante não é ensinar a calcular, desenhar, executar obras, comprar material; nem a lidar com problemas de física, química, matemática, computação; nem a dominar finanças, economia, planejamento”. O que mais precisamos conhecer é a filosofia da vida!”. Costumo contar esse apólogo para ilustrar como é difícil ensinar em apenas cinco anos tudo o que um engenheiro precisará saber em sua profissão. O melhor que nós, professores, podemos fazer, é ajudá-los a desenvolver a capacidade de aprender por si, ao longo da carreira Digo isso com a experiência de ter lecionado a mais de 5mil alunos de quatro faculdades. Eu mesmo sempre aprendi muito com eles, porque sempre interessei em ouvi-los, compreende-los e partilhar com eles sucessos e reveses. Prefácio do Prof. Kokei Uehara no livro em sua homenagem: O Domador de Rios (Pereira, 1994).