quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SOBRE OS ESTÁGIOS


Segundo Cole (1981), para a exploração de aptidões e descoberta de vocações deve-se:
a) fornecer ao indivíduo oportunidades de conhecer e experimentar diferentes áreas de trabalho a fim de descobrir seus interesses e aptidões;
b) permitir que o indivíduo aprenda de imediato, as exigências de certas ocupações e suas possibilidades em satisfazê-las;
c) mostrar ao indivíduo o que se espera dele em relação a determinados tipos de atividades, seu deveres diários, pessoas com as quais será forçado a conviver e grau de competição que pode esperar.
A atividade individual passa, assim, a ser estimulada até atingir o objetivo. Dessas considerações surge a classificação tradicional de interesses intrínsecos e extrínsecos. Os primeiros são os que produzem satisfação pela atividade em si mesma, enquanto que os últimos produzem satisfação pela conquista de algo decorrente da atividade exercida. Nesse contexto, o estágio curricular em cursos de tecnologia, ambiente no qual se aprende fazendo, não tem o objetivo de só ensinar a elaborar relatórios técnicos. A comunicação escrita deveria ser ensinada em todas as disciplinas. Também não é o período no qual o aluno pratica o que lhe foi ensinado em teoria, pois esta é a função dos laboratórios; tampouco a de observar em escala real, pois para isso se programam as visitas técnicas; muito menos ainda, um teste final no qual se aplicariam todos os conceitos ensinados na graduação, pois nas empresas serão exigidos outros conceitos, que o ensino convencional raramente leva em consideração. O objetivo a que se propõe é mais nobre: o da motivação. É um período no qual o estudante pode explorar aptidões e descobrir novas vocações, enfim, quais são os seus interesses intrínsecos que produzem satisfação pelo exercício das atividades associadas à profissão que escolheu, não por um prêmio, uma nota, um conceito acadêmico decorrente da elaboração de um trabalho. A assistência na forma de aconselhamento, dentro dos aspectos de orientação, é um problema complexo. A sua conceituação, bem como os seus procedimentos práticos não constituem uma solução final e, sim, o seu processo, que encaminha o indivíduo para a liberdade de escolher o seu próprio caminho. Neste processo os testes psicológicos têm sido utilizados como instrumentos que antecedem a orientação.