Conta-se que em determinada época, em frente a uma universidade, um grupo de catedráticos trocava idéias para desenvolver um curso de engenharia. Entretidos com o problema, foram interrompidos com a passagem de um intrépido garoto que alegremente aprendia a andar de bicicleta. Eis que um dos acadêmicos, admirado com a atenção que o garoto dava à bicicleta, resolve expor aos seus colegas a idéia de desenvolver um curso de engenharia que se cobriria ao ensinar toda a ciência envolvida naquela engenhoca. Assim, na disciplina de desenho técnico seriam ensinados os componentes geométricos da bicicleta: a roda, o triângulo, o paralelogramo. No quadro da bicicleta seriam ensinados os conceitos de cálculo de treliças. Na disciplina de mecânica, os conceitos envolvidos na transmissão entre a corrente e a catraca. Enfim, uma série de conceitos envolvendo o lubrificante, a buzina, a borracha do freio, a tinta, o cabo, a lanterna, e demais componentes. Entusiasmado com a proposta, um dos catedráticos propõe até que se ensinem os alunos a pedalar. Assim como existem os laboratórios, que em ambiente de simulação verificam a parte prática do que é ensinado, o professor elaborou um invento (que mais tarde reinventado se chamaria de bicicleta ergométrica), que possibilitaria aos estudantes, dentro de um ambiente controlado, a aprender a pedalar. Entusiasmados, todos se propuseram a colocar em prática o projeto. Alguns anos após, verificaram que parte dos egressos daquele curso não se desenvolvia, e alguns poucos até desistiam da profissão ao primeiro tropeço na vida profissional. Afinal, o que havia ocorrido de errado naquela tão brilhante idéia, que até pedalar era ensinado aos alunos? Assim como os laboratórios desenvolvem o “cérebro”, as bicicletas ergométricas criaram músculos nos alunos. Foi então que se verificou que alunos pedalavam ... pedalavam, mas não saiam do lugar. E quando tentavam realmente andar de bicicleta, era um desastre total, pois não tinham adquirido o domínio do equilíbrio. Equilíbrio não é algo que se ensina, mas algo que se adquire com a prática, com acompanhamento e com motivação. Na vida profissional o equilíbrio tem a ver com as qualificações pessoais do indivíduo, tais como iniciativa, cooperação, comprometimento, relacionamento interpessoal, saber se conhecer e definir uma carreira
